Sou tecelão dos mistérios
Guardião da minha sorte
Sou o ancião na compreensão
Do que é morte
Eu expando e escureço
Fio a teia da existência
Ecoando, amadureço
Reencontro minha essência
Sou luz pálida da noite
Sou o breu em pleno dia
O furor do movimento
Essa fatigante calmaria
Sou abuelo, sou erê
Sou cigano, sou você
Sou abuelo, sou erê
Curandeiro, sou você
Eu contemplo o imperfeito
Ascender pro absoluto
Deixo que o medo fale
Mas não escuto
Minha paz é incessante
Meu eterno retornar
Parece que nunca vi
Mas reconheço ao chegar
Sou frágil e sou forte
Sou vida e sou morte
Sou luz, escuridão
Sou eternamente sorte
Sou abuelo, sou erê
Sou cigano, sou você
Sou abuelo, sou erê
Curandeiro, sou você